25 de março de 2010

Eles se conhecem faz pouco tempo, mas se gostam desde muito antes de se olharem. Ele ouvia falar sobre aquela menina/mulher, com sotaque carregado e sonhava ouvir aquelas palavras no ouvido bem de perto. Ela, por sua vez, sempre quis saber quem ele era e o achava interessantíssimo. É chegado o dia do encontro, totalmente marcado nem um pouco casual.

Mensagem chega e ele em casa, esperando por ela...ela está trabalhando. Pouco depois estão disponíveis e ao mesmo tempo muito longe para se encontrar. O tempo da noite vai passando e o tal encontro não acontece.

Lidando com a frustração ela vai para casa triste. E se sentindo rejeitado por tudo e por todos, sim porque é assim que ele se sente nesse momento em que o encontro não deu certo, que o mundo acabou, se sente tão desesperado como um motorista em São Paulo em plena sexta-feira chuvosa as seis da tarde.

Ela, de casa, liga para ele e tenta a última cartada, ele, de casa, atende e aceita tirando o ás da manga! ! !

Finalmente o encontro que estava marcado e havia sido cancelado surge na calada da noite.

Sentados e se olhando fixamente a noite toda, os dois conversam e riem, riem e conversam, essas ações acontecem por muito tempo e quase sempre nessa ordem, e junto com isso gestos e sentimentos aparecem, mas são ocultados pelo interesse mutuo em olhar de uma nova maneira, de um jeito menos carregado...os olhos nesse momento não estão acostumados então as trocas fluem de uma maneira diferente, com a leveza e a sabedoria de um corpo cansado que deitando em uma banheira grande com água morna após um dia de chuva e trabalho braçal se sente satisfeito. O olhar dele desliza por aquele rosto forte e simpático, divide atenção entre os olhos sinceros e convidativos com a linda e grande boca que escorrega palavras com um sotaque parecido com uma boa música de melodia impecável. Os olhos dela parecem vidrados no sorriso que ele esboça cada vez que finaliza uma palavra e nas mãos pequenas mas muito expressivas que parecem mãos de um maestro regendo a orquestra de um só instrumento, o coração!

O tempo que demorou a chegar e juntar os dois artistas, passou rápido nesse momento e quando o sol acordou os dois se despediram, se abraçaram e selaram com um beijo no rosto o fim daquela data. E fica a certeza de que pra ser inesquecível não precisa chegar as vias de fato pois o interessante da viagem, muitas vezes, é o trajeto mais do que o destino.

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