fera ferida

Eu tenho andado tão sozinha ultimamente, que nem vejo em minha frente nada que me dê prazer, sinto cada vez mais longe a felicidade, vendo em minha mocidade tantos sonhos perecer...
Você não me pega, você nem chega a me ver meu som te cega, careta, quem é você?
a resposta demora mas ele responde brincando, como de costume:
Eu sou a chuva que lança a areia no Saara, eu sou o preto norte-americano forte com um brinco de ouro na orelha, seu olho me olha, mas não me pode alcançar!!!
ela responde pra tudo isso:
Não tenho escolha, careta, vou descartar, quem não è reconcavo nem pode ser reconvexo!
o moço dos sonhos de Maria diria:
"Tudo que move é sagrado e remove as montanhas com todo o cuidado, meu amor. Todo dia é de viver para ser o que for e ser tudo!!!"
mas no fundo ela só queria ouvir sua boca dizendo: "No inverno te proteger, no verão sair pra pescar no outono te conheçer, primavera poder gostar".
mas não: perto de você me calo, tudo penso e nada falo, tenho medo de chorar. -ele diz
Nunca mais quero o seu beijo mas meu último desejo você não pode negar. -ela responde e bate a porta do barraco que era sem trinco e a lua, furando o zinco salpicava de estrelas o chão...e não diz o último desejo! só deixa uma carta para ele dizendo:
"Ás vezes saio a caminhar pela cidade à procura de amizade, vou seguindo a multidão mas me retraio olhando em cada rosto, cada um tem seus mistérios, seu sofrer, sua ilusão
Não vou mudar, esse caso não tem solução...sou fera ferida, no corpo, na alma e no coração!
Eu sei que as cicatrizes falam mas as palavras calam o que eu não me esqueci....
Adeus
ass: Maria"